Desafios para a nova cúpula militar

Publicado: 2013-08-27   Clicks: 4527

 

       Tradução: Graça Salgueiro

    A inesperada exoneração dos generais Navas, Mantilla, Pinilla e o almirante García, poucos dias depois da palhaçada de Santos com seu delfim disfarçado de soldado das Forças Especiais durante o mais importante desfile militar, ao mesmo tempo que o fingidor mandatário se excedia em bajulações para “a melhor cúpula militar da história colombiana”, sugere-se aos generais Barrero, Rodríguez, León e o almirante Wills que analisem tais fatos por razões tão simples quanto estas: 

     1. Quem não é leal com os que o levaram e o sustentaram no imerecido cargo, tampouco será leal com os que nomeou para tirar seus antecessores do caminho.

     2. Desde 1992 existe um vergonhoso e não resolvido problema de nivelamento salarial de militares e policiais, o qual é de pleno conhecimento de Santos, pois para desgraça das tropas este personagem passou sem pena nem glória e não fez nada para solucionar incoerentes travas em torno de um direito legítimo de militares e policiais, principalmente porque Santos foi ministro da Fazenda, Defesa e agora presidente, quer dizer, os três cargos mais sensíveis e próximos à solução do problema.

     3. Assim como Santos se auto-elogiou e se apropriou da genialidade da Operação Xeque para projetar sua astuciosa carreira presidencial, e ao mesmo tempo desconheceu os verdadeiros cérebros e atores da audaz manobra aero-terrestre, também se auto-declarou o melhor ministro de Defesa da história e o mais amigo dos soldados aos quais diariamente deixa à deriva, como se evidencia nos desgastados e improdutivos conversatórios em Havana com os chefes terroristas.

     4. Com efeito, Santos recorreu a todas as palhaçadas possíveis, por desgraça toleradas pela cúpula que saiu e por alguns dos que estão entrando, tais como disfarçar o filho de Lanceiro, depois de Forças Especiais e como qualquer ditadorzinho africano cobrí-lo de medalhas e aditamentos imerecidos no uniforme.

      Em 9 de abril ordenou até tirar a Escola Militar de Cadetes para fazer a pantomima do respaldo popular à sua embromação de paz, ao lado de todos os funcionários de ministérios, institutos descentralizados e prefeitura de Bogotá, aos quais ademais lhes deram dia livre, pago pelos contribuintes, alguns dos quais cometeram a irresponsabilidade histórica de eleger Santos.

      Embora não tenha funcionado a trazida do Papa à Colômbia para que abençoasse e avalizasse sua vaidosa pretensão de Prêmio Nobel da Paz, Santos não se refere à espúria sentença de Haya contra a Colômbia porque sabe que ao fazê-lo o rotulariam de guerreirista e se lhe poderia escapar também o imerecido galardão internacional e evidentemente sua ansiada re-eleição.

     Quando se acreditava que na Colômbia haviam ficado para trás as trânsfugas astúcias de López Michelsen, ou as grotescas rudezas de Carlos Lleras, ou as debilidades de caráter dos dois Pastrana, ou a politicagem barata de Samper e Gaviria, ou a estultícia de Belisario e Barco, a aristocracia crioula convencida de seu destino manifesto e messiânico, ressuscitou um camaleão que parece acomodar-se a todas essas nefastas características de seus antecessores, de acordo com as circunstâncias que favoreçam seu ego.

     O núcleo preocupante do problema é que por meio de ardis, conchavos com governos comunistas da Venezuela, Nicarágua, Cuba, Equador, Brasil, Uruguai e Argentina, as FARC estão se saindo com as suas em Havana, apesar das constantes derrotas militares que seus cabeças intermediários sofrem, obra dos soldados, não da presumida genialidade de Santos.

      Em 1997, os terroristas Luis Merino de El Salvador, e Narciso Isa Conde da República Dominicana, reuniram-se com Tirofijo no Caguán, para transmitir-lhe o pensamento de Fidel Castro frente à intenção dos terroristas de iniciar “conversações de paz” com quem relevara o desprestigiado e cínico governo de Samper.

      Em suas memórias recentemente publicadas por um funcionário oficial da ditadura cubana, Merino faz finca-pé em que a ordem de Fidel a todos os comunistas do hemisfério era se unir em torno a Chávez na Venezuela, que lhes daria muitos petro-dólares para financiar a propaganda e o terrorismo comunista e, evidentemente, fazer um bloco conjunto para pressionar a paz na Colômbia.

     Porém, não a paz da desmobilização das FARC, senão um esquema similar com o que atualmente, desde Havana, os bandidos manipulam De la Calle e seu bando de companheiros mudos.

     Uma paz baseada na desarticulação progressiva das Forças Militares com a criação de um ministério de segurança para policiais dirigido por civis, o perdão total de toda a barbárie narco-comunista, o julgamento de todos os militares que os combateram, a entrega de zonas liberadas de produção agrícola onde os comunistas podem continuar o desenvolvimento das etapas superiores da revolução socialista do século XXI, ao estilo da atual Venezuela.

    Queira Deus que os generais Barrero, Rodríguez, León e o almirante Wills dêem a leitura adequada a esta realidade e preparem as Forças Militares para evitar essa catástrofe histórica, política e moral da instituição armada.

     Se embelezados na guerra e nas astúcias de Santos, com elogios e golpes arteiros de traição esquecem o fundamental, que é a existência da soberania nacional suportada por suas Forças Militares, as conseqüências serão fatais para a Colômbia.

     Como modo de sumário, é pertinente recomendar aos atuais altos comandos militares:

    1. Opor-se à criação do Ministério de Segurança, pois a solução é militarizar a polícia e convertê-la em uma quarta força militar, ou criar um corpo de carabineiros e desarmar todos os corpos de polícia que usam fuzis, helicópteros de guerra ou cumpram missões de combate, e entregar-lhes cassetetes e a alguns deles armas curtas para combater a delinqüência urbana. Não se pode admitir um corpo armado com capacidade de combate como uma roda solta, alheia às Forças Militares e ao vai-vem dos politiqueiros de turno.

     2. Centralizar a inteligência operacional nas Forças Militares. O reiterado conto midiático de “exitosa operação contra as FARC com inteligência da Polícia e bombardeio da Força Aérea”, não só desvirtua a função constitucional da Polícia Nacional, senão que põe em entredito a idoneidade das Forças Militares em meio de um ambiente de ciúmes profissionais e protagonismo midiático, do qual o general Naranjo saiu diplomado com tese laureada.

     3. Ativar uma escola de Geo-política à qual vão todos os oficiais superiores para estudar os fenômenos inerentes à situação interna e externa da atualidade.

     4. Estruturar os cursos de inteligência estratégica, pois é algo que os oficiais superiores necessitam para exercer altos cargos de comando, e também os ministros civis de defesa, os chanceleres, os embaixadores, os cônsules e os adidos militares e de polícia.

     5. Fortalecer a defesa aero-naval do Caribe Colombiano, pois as pretensões da China, Rússia, Brasil e Venezuela vão sério contra o Arquipélago de San Andrés, a plataforma continental colombiana e nosso mar territorial.

     6. Escrever a memória histórica com avaliação científico-social do conflito e elaborar centenas de audio-visuais, livros, revistas e documentos eletrônicos acerca do terrorismo comunista contra a Colômbia.

      7. Desempoeirar todos os arquivos de inteligência e instaurar todas as denúncias penais e demandas que tenham lugar contra o Partido Comunista e seus cúmplices das FARC, pelo genocídio sistemático de camponeses e demais barbaridades contra os colombianos.

    8. Fortalecer os meios de defesa jurídica dos membros das Forças Militares.

 

9. Incrementar a instrução em todos os níveis de comando, acerca do conhecimento dos alcances, objetivos e métodos do Plano Estratégico das FARC.

     Como se pode inferir, destas tarefas se desprendem muitas missões mais, todas objetivando blindar as instituições militares da audácia dos comunistas e da imprevisível lealdade, ou melhor, do imprevisível conceito de lealdade que Santos tem com os militares que o levaram e o sustentaram nos cargos de sua vaidosa carreira política, a partir de quando o então presidente Uribe cometeu o imperdoável erro histórico de nomeá-lo Ministro da Defesa, quando era de conhecimento de todos a sua personalidade camaleônica.

     A título de epílogo, lembra-se aos senhores generais e o almirante Wills que Sun Tzu pontuou: “O bom general sabe que há caminhos que não se deve percorrer, batalhas que não se deve enfrentar e ordens do soberano que não se pode cumprir”.

     O julgamento da história é inexorável. Com re-eleição ou sem ela, Santos passará à história com similares níveis de mediocridade de Marroquín, Pastrana, Samper ou Gaviria, porém a Colômbia sempre necessitará de umas Forças Militares sólidas, cultas e capazes de salvar a República cada vez que os politiqueiros de turno pretendam entregar o país aos violentos, em honra de sua figuração pessoal, sua insatisfeita e ilimitada vaidade e a crença na superioridade de sangue sobre o resto dos mortais.

 

Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

Analista de assuntos estratégicos

www.luisvillamarin.com

 

                                                             

 

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