Os colombianos devem votar NÃO no plebiscito: CNN em espanhol
O acordo de terminação do conflito assinado em Cartagena no passado 26 de setembro de 2016 entre o presidente Juan Manuel Santos e o cabeça das FARC vulgo Timochenko, não é um compromisso mútuo de paz senão o resultado palpável da somatória de uma extensa lista de imposições dos terroristas ao governo colombiano, quer dizer, é algo que só favorece os interesses político-estratégicos das FARC e a vaidade de Santos para conseguir o Prêmio Nobel da Paz, apontou desde New York o coronel Luis Alberto Villamarín Pulido em entrevista com o jornalista Xavier Serbia, diretor do programa Dinero de CNN em Espanhol.
No debate televisivo para discutir acerca do SIM ou do NÃO no plebiscito que os colombianos votarão no domingo 2 de outubro de 2016, com um docente de economia de uma universidade colombiana, o coronel Villamarín fez finca-pé em que:
1. Há uma série de elementos políticos, estratégicos, geopolíticos, jurídicos e práticos que indicam que o acordo entre Santos e as FARC só favorece os assinantes, é um acordo de poder, porém não favorece em nada ao destino do povo colombiano.
2. É conveniente votar NÃO porque, devido à falta de clareza em torno da mobilização dos terroristas, a justiça contra os crimes de lesa-humanidade, a retirada das FARC no narcotráfico, e em geral a permanência na estratégia comunista da combinação de todas as formas de luta para a tomada do poder.
3. Não é válido o argumento dos defensores do “sim”, de que haverá investimento social em residência, educação, saúde, saneamento meio-ambiental, etc., pois essa é uma obrigação do Estado como também o é a segurança e a defesa nacional. E deve fazê-la com pressão ou sem imposições das FARC, pois é sua missão essencial.
4. Deve-se votar NÃO, porque com base na corrupção denominada “marmelada”, o governo Santos abandonou suas responsabilidades principais de governar, para desviar recursos dirigidos a contratar propagandistas, colunistas e difusores do SIM. Inclusive os recursos mal-gastos em quatro anos de conversações estéreis com os terroristas, com gastos sem controle para sustentar essa ópera bufa, poderiam ter-se destinado a esses artigos de solução para problemas sociais.
5. A falta de clareza no cacarejado acordo a respeito do narcotráfico, fará com que a Colômbia multiplique a exportação de coca e que caia de novo na aberrante situação do governo de Samper, quando foi des-certificada pelos Estados Unidos e qualificada como narco-democracia.
. Deve-se igualmente votar NÃO, porque a ambigüidade dos acordos e a óbvia intencionalidade de atacar a propriedade privada, assim como a balcanização do país, gerará o reaparecimento de grupos de auto-defesas ilegais, mal chamados para-militares, com a prolongação da violência.
. Deve-se votar NÃO, porque com um Congresso inferior à responsabilidade histórica e com a compra de consciências com a chamada “marmelada”, Santos conseguiu que se legitime o resultado do plebiscito com um mínimo de 13% do potencial eleitoral, explorando a seu favor a crônica apatia eleitoral dos colombianos.
* O coronel Luis Alberto Villamarín Pulido é analista de assuntos estratégicos, especialista em geo-política, estratégia e defesa nacional, temas sobre os quais escreveu e publicou 31 livros.
Tradução: Graça Salgueiro
http://www.cnn.com/video/data/2.0/video/spanish/2016/09/30/cnnee-dinero-intvw-guzman-villamarin-colombia-un-voto-por-la-paz.cnn.html