Tradução: Graça Salgueiro
 Os ataques terroristas do ELN duas horas depois de cumprido o tempo do acidentado cessar fogo bilateral, ocorridos na madrugada de 10 de janeiro em Arauca e Casanare, são as crônicas de uma morte anunciada e a prova cabal de que o governo colombiano carece de estratégia para negociar com os terroristas, assim como a habilidosa manipulação que o grupo delitivo deu à agenda de conversações em Quito, expressou o coronel da reserva ativa do Exército da Colômbia, Luis Alberto Villamarín Pulido, em entrevista via Skype desde Bogotá com a jornalista Patricia Ramos do programa Realidades en Contexto de CNN en Espanhol, que se transmite desde Atlanta, Georgia, para as audiências hispânicas dos cinco continentes.
Os ataques terroristas do ELN duas horas depois de cumprido o tempo do acidentado cessar fogo bilateral, ocorridos na madrugada de 10 de janeiro em Arauca e Casanare, são as crônicas de uma morte anunciada e a prova cabal de que o governo colombiano carece de estratégia para negociar com os terroristas, assim como a habilidosa manipulação que o grupo delitivo deu à agenda de conversações em Quito, expressou o coronel da reserva ativa do Exército da Colômbia, Luis Alberto Villamarín Pulido, em entrevista via Skype desde Bogotá com a jornalista Patricia Ramos do programa Realidades en Contexto de CNN en Espanhol, que se transmite desde Atlanta, Georgia, para as audiências hispânicas dos cinco continentes.
	    Do mesmo modo o entrevistado acrescentou os seguintes pontos de vista:
	    1. O cessar fogo bilateral com o ELN foi o resultado de uma das tantas improvisações e oportunismos auto-propagandísticos do presidente Santos que, sem ter nada para mostrar a respeito, aproveitou a visita do Papa à Colômbia para anunciar avanços imaginários em um processo que depois de muitos meses e muitos gastos de dinheiro dos colombianos, nem avança nem mostra resultados concretos.
	      2. O ELN terá a desculpa de que os ataques terroristas foram realizados duas horas depois de terminado o cessar fogo, quer dizer, que nem feriram o pactuado nem renunciaram à guerra, mas que tampouco renunciaram à possibilidade de continuar conversando sobre paz sem concretizar nada com este governo, como o haviam advertido desde antes de se sentar para conversar em Quito.
	      3. Trinta e sete (37) transgressões graves ao cessar fogo por parte do grupo terrorista e a atitude silenciosa das Forças Militares e do governo frente a essa realidade, indicam que o grupo terrorista dirige a iniciativa estratégica e que, como a Colômbia entrou na reta do processo eleitoral, esta agressão terrorista será vista como um incidente que deve-se evitar no futuro. Portanto, pacifistas amigos do governo Santos não da verdadeira paz, e pacifistas nacionais e internacionais que carecem deste argumento, insistirão em que se reabram as conversações e o governo Santos, como tem sido sua conduta tradicional, não só cederá senão que se deixará impôr mais e novas condições dos terroristas em nome de sua “paz”.
	      4. Diz-se que há muito secretismo do que se diz em Quito e que os mecanismos de verificação do cessar fogo não foram eficientemente adequados. Isto deve-se a que desde há mais de 20 anos que as conversações com o ELN sempre giraram sobre o mesmo círculo vicioso: participação nacional da sociedade para falar de paz sem concretizar nada, saída definitiva das Forças Militares das áreas de influência e do ELN, e tolerância total do Estado colombiano com o seqüestro, os massacres, o narco-tráfico, o recrutamento de menores e os demais delitos que o grupo terrorista comete em nome da paz.
	     5. A renúncia de Juan Camilo Restrepo como chefe dos diálogos com esse grupo terrorista deveu-se à navegação em círculo vicioso dos planos e objetivos do ELN, a que nem Restrepo nem o governo Santos têm nada que demonstrar de avanços, e que o propalado cessar fogo que o governo colombiano fez foi uma farsa e um contrasenso. Chega Bell Lemus, menos capacitado e sem margem de manobra, portanto as conversações poderão continuar mas nem se concretizará nada com Santos, nem esta equipe negociadora conseguirá avanços substantivos em um acordo com o ELN.
	    6. Enquanto Maduro está na Venezuela e importantes setores oficiais do Equador sonham com o socialismo do século XXI na pátria grande de Bolívar, nem as FARC nem o ELN deixarão de manipular o governo Santos e a seu sucessor, se pudessem fazê-lo, pois para os comunistas dos três países o socialismo está em vigor e o que sucedeu com as FARC e até agora com o ELN é um salto qualitativo da luta para a tomada do poder. Não é sob nenhum ponto de vista a cessação de seus planos e objetivos estratégicos.
	     7. As FARC estão por trás de tudo o que o ELN faz e deixa de fazer em torno da mesa de conversações com o governo Santos. Sua atividade é independente e articulada. Aqui caberia perguntar como diziam os romanos: a quem convinha mais que o ELN tivesse perpetrado estes dois ataques terroristas, apenas duas horas depois de terminado o primeiro cessar fogo bilateral?
	     * O coronel Luis Alberto Villamarín Pulido é especialista em temas de defesa nacional, estratégia e geo-política, autor de 33 obras relacionadas com estes temas, e analista convidado em diversos foros e meios de comunicação no mundo, para avaliar a analisar fenômenos sócio-políticos da atualidade.
	*Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido