O que dirá Santos acerca do “novo melhor amigo” e o arsenal venezuelano apreendido das FARC?
Tradução: Graça Salgueiro
Chama a atenção que o diário El Tiempo, de propriedade da família do presidente Santos, e a revista Semana, convertida no braço propagandístico do atual governante, com estranho procedimento minimizaram a notícia que em qualquer cenário político internacional seria a causa de uma tormenta diplomática, devido a que o volumoso arsenal apreendido das FARC hoje em Arauca, tem etiquetas e provas de que provém das Forças Militares Venezuelanas.
A resposta dos estúpidos funcionais de sempre é que não se deve dizer nada, porque isso seria descompor as já aclimatadas relações com a Venezuela, e que se pede-se clareza ao governo de Santos, são esperneios dos uribistas nostálgicos do poder. E com essa imbecilidade coletiva, esquecemos que Chávez, Castro, Dilma, Evo, os Castro, Ortega, Mujica, Lugo e Correa são sócios das FARC, e que seu sonho é ver os terroristas e seus sócios no Palácio de Nariño.
É oportuno lembrar ao Presidente Santos que a esmagadora votação que ele obteve nas urnas deveu-se à sua promessa de continuar com a estratégia de segurança democrática, e manter os membros da UNASUL e do Foro de São Paulo longe da ansiada legitimação das FARC. Não porque representasse nenhuma visão estratégica para a Colômbia, pois ele não a tem.
Durante seu governo Santos fez tudo ao contrário do que prometeu. Foi objeto de burla por parte de Colombianos pela Paz, com a fanfarronice do “erro por um sinalzinho das coordenadas” para libertar dois seqüestrados. Finalmente, deixou-se bajular por Lula e Dilma, e agora o Foro de São Paulo alinha suas baterias para que a qualquer momento Santos se sente para “falar de paz com os terroristas”.
Entretanto, a insegurança urbana e rural campeiam por todo o país. Com o melhor policial do mundo a seu lado e ao lado da embaixada americana, onde Naranjo presta informes pontuais e prévios de sua gestão policial, Bogotá está repleta de assaltantes, matadores, assaltantes de apartamento, ladrões e corruptos. Ocorre do mesmo modo em todas as cidades, grandes e médias.
Nas zonas rurais as FARC continuam com as extorsões, as “vacinas” [1], as chantagens e o recrutamento de jovens. E os bandos criminosos amedrontam extensos territórios, com a circunstância agravante de que a Lei de Restituição de Terras para as vítimas, mesmo sem ter sido aprovada, já vislumbra negociações iguais ou piores de tão asquerosas aos de Agro Ingreso Seguro, assim como a falta de uma estratégia integral de acompanhamento de todos os ministérios que só vai servir para fortalecer os milicianos das FARC ou do ELN e para passar a batata quente às Forças Militares, sem que, como ocorreu ao longo da vida republicana, os dirigentes políticos de turno respondam por seus erros crassos.
As Forças Militares estão acéfalas. Produto da incompetência derivada do absoluto desconhecimento do tema, o ministro Rivera não foi capaz, como tampouco não foi nenhum de seus egrégios antecessores desde 1991, de conceber uma estratégia articulada com outros ministérios e com as Forças Militares para desarticular tanto o Plano Estratégico das FARC, como a projeção geoestratégica e geopolítica do narcotráfico, combustível das diferentes vertentes do terrorismo contra a Colômbia.
Porém, além de acéfalas as Forças Militares estão mal pagas e sem que se reconheça a seus abnegados membros os direitos salariais previstos pela lei desde 1992, tema do qual o senhor Santos é conhecedor mas do qual também olha para o outro lado, pois só necessita que esses homens entreguem até suas vidas Arauca, pela Colômbia para que ele, que apenas tem limitada idéia do assunto de Defesa Nacional, seja reconhecido como o artífice dos êxitos mas, claro, quando haja erros, sejam culpa dos uniformizados.
E na ordem internacional, Santos continua se fazendo de desentendido. O comprometedor achado em Arauca de material de guerra com etiqueta oficial venezuelana destinada às FARC, é motivo para denunciar o governo chavista ante a Corte Penal Internacional e outros organismos. Não é para minimizá-lo, nem para continuar de braços dados com o “novo melhor amigo”.
Porém, claro também, é responsabilidade do Congresso da República abrir as investigações formais a que dê lugar na Comissão de Acusações, porque a lei viola-se por ação ou omissão. Ficar calado neste caso, é omitir as ações legais em defesa da Colômbia, do país que o elegeu para que nos represente, e o obriga a agir.
Do contrário, Chávez, Correa, Dilma, a Kirchner e os demais cúmplices das FARC continuarão solapando as instituições e apoiando o terrorismo, enquanto Santos seguirá comodamente sentado em outra galáxia, felicitando Chávez porque, com atitude mentirosa e farsante anunciou que suspenderá os estudos preliminares da ameaça atômica contra a Colômbia pois, ao fim e ao cabo, é seu novo melhor amigo.
Presidente Santos: lembre que Harry Trumman disse que os presidentes se desprestigiam por serem fracos, não por serem maus. Até esta data o senhor demonstrou ter as duas condições. Elimine pelo menos a da fraqueza, pois seu grande amigo do peito, Hugo Chávez, está apoiando as FARC, está dotando-as com armas, protege Iván Márquez e outros terroristas refugiados em umas covas de bandidos das quais Uribe denunciou as coordenadas dentro da Venezuela, e em associação com Correa, Teodora e seu já conhecido bando de “pacifistas”, continuam maquinando como impor o narco-socialismo terrorista do século XXI na Colômbia.
Nota da tradutora:
[1] “Vacina” - vacuna - é a expressão que as FARC utilizam para designar um “pagamento de imposto” (lei nº 002 das Farc), e que, o que se recusar a pagar, é alvo de seqüestro ou assassinato a sangue frio. Segundo as FARC, os proprietários de terras têm a “obrigação” de pagar esta “vacina” para mantê-los, uma vez que eles são o “exército do povo”.
Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido
Analista de assuntos estratégicos –