FARC comemoram Lei da Impunidade de Santos

Publicado: 2012-06-05   Clicks: 2034

 

SÁBADO, 2 DE JUNHO DE 2012

FARC comemoram Lei da Impunidade de Santos

 

Antes de entrar no assunto propriamente dito desta edição, talvez o mais grave que já publiquei no Notalatina, tenho dois avisos a dar. O primeiro é que fui convidada a proferir uma palestra no “Círculo Católico de Pernambuco” com o tema “O avanço do comunismo na América Latina e suas conseqüências catastróficas na sociedade”, que ocorrerá no próximo dia 13 de junho no auditório da instituição, conforme pode-se ver no cartaz abaixo. E o segundo aviso, é que em decorrência de mudança de residência devo ficar algum tempo fora da rede e do blog. Tão logo me reorganize, volto às atividades normais.
 
 
 
Há algum tempo venho denunciando uma lei criada na Colômbia, já aprovada pela Câmara de Representantes e que aguarda sua votação final no Senado intitulada “Marco Legal para a Paz”, popularmente re-batizada de “Lei da Impunidade”. Este nome é decorrente de que pede-se a absolvição total dos crimes cometidos pelas FARC e outros grupos delinqüenciais, além de lhes restituir os direitos civis e políticos, não podendo - a princípio - ter representantes nas casas legislativas mas um porta-voz escolhido legalmente. Nós já conhecemos esta história sobejamente e sabemos como termina. Além do mais, isto é apenas um começo para introduzir na política,legalmente, repito, terroristas, assassinos, narco-traficantes, ladrões, enfim, toda a escória que deveria estar na cadeia, e depois vai-se encontrar uma brecha para reformular a lei e restituir completamente os direitos políticos destes elementos que poderão candidatar-se até à Presidência da República se assim desejarem.
 
Pois bem, há dois fatos, um bem antigo e outro recentíssimo, que estão intimamente ligados e que merecem ser analisados. O primeiro deles refere-se ao tempo em que Juan Manuel Santos foi ministro do presidente Andrés Pastrana e que elaborou o projeto das “zonas de distensão” no Caguán. Só para refrescar a memória, essa zona desmilitarizada do Caguán, criada em 1998 e entrada em vigor em janeiro de 1999, cobria 42.000 k² e estava conformada pelos municípios La Uribe, Mesetas, La Macarena e Vista Hermosa no estado do Meta, e San Vicente del Caguán no estado do Caquetá. Toda esta imensa área do território nacional da Colômbia à disposição das FARC como “gesto de boa-vontade” para selar a paz e o fim dos conflitos, e que resultou ser o período de maior “bonança” para as FARC porque, sem um mísero soldado raso nesse imenso território, as FARC recebiam terroristas de outros países para dar e receber treinamentos, cursos e comércio de armas e drogas. E esta idéia de jerico partiu exatamente do hoje presidente Juan Manuel Santos.
 
Então, na campanha eleitoral de 2010 o candidato opositor, Antanas Mokus, acusou Santos de ser o promotor do Caguán e este disse que era mentira. Ocorre que havia provas documentais de uma declaração pública feita por ele na televisão, em um vídeo que circulava pelo YouTube. Eu tinha este vídeo e quando há pouco tempo tentei publicá-lo, aparecia uma mensagem informando que o vídeo havia “sido removido a pedido do autor”, ou seja: para tentar apagar as pegadas daquilo de que o acusavam, Santos mandou tirar do ar a prova que o incriminava. Ocorre que o jornalista peruano, Jayme Bayly, salvou aquela gravação e apresentou-a em um de seus programas. Com muito gosto, publico-a aqui também, vejam:
 
 

  


Continuando a atar os cabos soltos, reporto-me agora a fatos recentes. Em 28 de abril o jornalista francês, Romeu Langlois, participou de uma operação junto com militares e policiais na erradicação do cultivo de coca, onde foram assassinados três militares e um policial. Deste fato, nenhuma ONG se manifestou, ninguém lamentou as mortes dos uniformizados, mas um imenso alvoroço girou em torno do “seqüestrado” francês. Quem - da Polícia ou Forças Militares - deu permissão para este jornalista participar de uma operação militar? Que tipo de documentário pretendia fazer tal jornalista, pois é sabido que já havia feito uma reportagem com as FARC tempos atrás, onde pinta um quadro adocicado de “pobres camponeses” perseguidos pelo governo e as forças regulares? Por que, em meio ao fogo cruzado e com um militar designado especialmente para protegê-lo, Langlois corre para as FARC e deixa sua escolta morrer diante dos seus olhos miseravelmente? Muita gente - eu inclusive - se pergunta se não há infiltrados no meio das Forças Militares que informaram as FARC dessa operação, tramando esse falso seqüestro para depois preparar o caminho para dar mais publicidade internacional ao bando terrorista, visando o tão sonhado reconhecimento como uma “força beligerante legítima”.
 
As FARC levaram um mês inteiro preparando a festa de libertação do “retido”, e no dia estabelecido por elas, apareceu um Langlois sorridente, com câmera na mão (quem o teria presenteado com tal mimo se ele não levava nada nas mãos durante a “fuga” do conflito?), fazendo política em favor das FARC em seu discurso para o mundo inteiro ouvir. As FARC fizeram da libertação um ato público, com um palanque para Langlois falar, fizeram churrasco com 5 bois, houve bolo e muita bebida distribuída ao povo. Na zona desmilitarizada para tal “entrega” havia cartazes pedindo o fim do conflito armado e a porta-voz da Cruz Vermelha disse que “a operação humanitária se desenvolveu sem maiores contratempos”, contrastando, curiosamente, com outras libertações onde o bando terrorista SEMPREalega que as Forças Militares estão atacando no local o que gera atraso de horas e às vezes até dias. 
 
Numa das fotos publicadas vê-se “Teodora de Bolívar” em animada conversa com um dos históricos chefes das FARC, Pedro Nel Daza, cognomes “Jairo Martínez” ou “Barba Chivo” (barba de bode), que está há quase três décadas nas FARC e foi o chefe de segurança de San Vicente del Caguán durante os diálogos de paz no governo Pastrana. “Jairo Martínez”, de 60 anos, é membro do Estado-Maior do bloco sul, esteve em vários processos de libertação de seqüestrados e é um dos mais procurados pelas autoridades, pois é assinalado de haver participado nos assaltos a Curillo e Doncelo, no Caquetá. Por que este terrorista do alto escalão esteve pessoalmente na “entrega” do “retido”? Por que haviam 3 carros-ambulância da Cruz Vermelha Internacional e mais uma dezena de pessoas do tal “Colombianos pela Paz”, toda essa festividade e TUDO filmado pela TeleSur, o canal televisivo da ditadura venezuelana para receber UMA pessoa? 
 
"Teodora de Bolívar" a chanceler das FARC alcunhada "Piedad Córdoba", conversa alegremente com um dos chefes do Estado-Maior do bloco sul, Pedro Nel Daza, cognome "Jairo Martínez". (Foto de El Espectador).
 
Em meio a toda esta apoteose, digna de um herói de guerra, disse Langlois em seu discurso pró-FARC: “Não posso me queixar, fui tratado como qualquer combatente da guerrilha (...) Nunca me tiveram amarrado, sempre me trataram como um convidado, me deram boa comida com o que tinham, foram muito respeitosos. Eu estive em muito boas mãos, muita gente não teve esta sorte”. E mais adiante: “Hoje eu penso o mesmo que pensava antes” (o quê pensava ele antes? Que se trata de pessoas perseguidas e injustiçadas nas mãos dos malvados soldados?), e que “a guerrilha sente muito respeito pelo Exército colombiano”. Ora, quem respeita não assassina cruelmente com balas envenenadas, com bombas com excrementos, nem esquarteja suas vítimas!
 
A respeito do sargento Flores, seu custódia, Langlois disse entre outras coisas: “Quero dizer à família e ao Exército que sinto muito por seus homens, que embora tenha estado muito pouco tempo com eles, me trataram como um cavalheiro, e em especial o sargento Flores. Encarregaram-no de ir comigo até um morro próximo onde um helicóptero ia descer para me tirar dali porque via-se que a coisa estava se complicando. Então, fui com o sargento até um morro e foi onde começou o pior porque não havia onde se refugiar e a guerrilha começou a disparar de três flancos e as balas começaram a chegar muito rapidamente e muito perto. Eu falava com o sargento o tempo todo e realmente ele gostava do sue trabalho, mas sabia que sua família estava triste e o considerava como um herói porque estava fazendo um trabalho muito difícil. Ele foi um homem muito valente e morreu em frente aos meus olhos. Talvez a mesma rajada que me feriu, o matou. Até o último momento o sargento esteve contando piadas e com um sangue frio incrível. Foi um homem muito valente”.
 
E assim são os soldados colombianos: valentes, destemidos, com um amor imenso por sua pátria e sua gente. E no entanto, este jornalistazinho ordinário, plantado a serviço das FARC, proporcionou tudo isto para beneficiar os mais cruéis terroristas que infestam nosso desventurado continente! A respeito desse espetáculo grotesco e calculado que revoltou todas as pessoas de bem da Colômbia, o presidente Uribe uniu sua voz peloTwitter. Trinava o ex-presidente: “Uma coisa é a curiosidade do jornalista e outra identificação com o terrorismo” Depois soltou umas pérolas: “O que ele fazia na Colômbia? Que relação tinha com as FARC? Alguns de nós sabemos que o senhor sabe enganar”.
 
E no Editorial do dia 31 de maio, em seu programa La Hora de la Verdad”, Dr. Fernando Londoño faz uma crítica contundente que reflete o sentimento de todos os colombianos e faz os mesmos questionamentos que todos estamos fazendo até agora. Ouçam o que diz este luminar colombiano que é “objetivo militar” das FARC:

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