As Forças Militares devem escrever a Memória Histórica do Conflito

Publicado: 2013-08-12   Clicks: 7103

     Tradução: Graça Salgueiro 

     A história do conflito armado na Colômbia está por se escrever. A recente publicação de um resumo informativo por parte de um meio de comunicação bogotano e um duvidoso informe de Memória Histórica avalizado pela ONU e a exposição publicitária do presidente Santos, são apenas duas tentativas muito parciais e parcializadas para escrever para a posteridade, a realidade da guerra e da violência desatada desde há várias décadas pelo Partido Comunista Colombiano e seus braços armados, contínuos, dissidentes ou afins como as FARC, o ELN, o M-19, o EPL, o ADO, o PRT e outros grupelhos terroristas inspirados pelas teses dos camaradas, auto-denominados quadros políticos nacionais e regionais do Partido... (Comunista Colombiano).

    A escassa bibliografia do conflito colombiano a partir de Marquetalia, na qual nem individual nem coletivamente teve-se em conta os militares colombianos, é enviesada, tendenciosa e carregada de falsas imputações, apreciações subjetivas e juízos de valor.

     Resulta mais grave que nem as Forças Militares se interessaram em escrever esta parte da história, a partir de desempoeirar os volumosos arquivos operacionais e de inteligência militar, nem se consultou os oficiais e sub-oficiais que participaram de milhares de operações (pequenas e grandes) contra o narco-terrorismo comunista, nem tampouco a direção política se preocupou em encaminhar um esforço acadêmico investigativo a respeito dessa realidade palpitante, mas ignorada.

     As universidades com faculdades orientadas ao estudo das ciências sociais ou de história colombiana, começando pela Universidade Militar Nueva Granada - que por afinidade institucional deveria da um primeiro passo - também foram inferiores ao desafio.

     Brilham pela ausência este tipo de investigações, além do que, dentro das Forças Militares tampouco há, nem desejo de fazê-lo, nem o mais mínimo estímulo profissional para os oficiais ou sub-oficiais que denotam aptidões especiais para desenvolver esse tipo de trabalhos de altíssima importância institucional, que em outras latitudes são prioritárias para suas Forças Militares e para a história do país.

     Nivelam-se as espigas por baixo e se cultiva a mediocridade intelectual no interior das Forças Militares, substituída amiúde pelos fanfarrões, os intrigantes ou os submissos que seriam incapazes de rebater decisões políticas por estúpidas ou nefastas que estas sejam, com o argumento fútil da primazia civil sobre a militar.

     O recente informe da auto-denominada Memória Histórica de uma comissão da ONU, somado à calculada intenção das FARC de desmontar as Forças Militares para se apoderar como grupo político com braço terrorista e se apoderar do Congresso, das prefeituras, das assembléias, das câmaras municipais, etc., induz a que os altos comandos militares e o ministro Pinzón abram os olhos frente a esta realidade e atuem em conseqüência, quer dizer, elaborando uma memória histórica ajustada à verdade da agressão narco-comunista e aos fatos como sucederam, para desmascarar o sistemático genocídio do povo colombiano, em especial os camponeses, vítimas de suas persistentes e reiteradas atrocidades, próprias da linha de conduta marxista-leninista das FARC e do ELN, segundo a qual o fim justifica os meios.

     A solução é simples porém exige cérebro e vontade. Um grupo de oficiais e sub-oficiais com habilidades acadêmicas, dirigidos por especialistas no tema, pode selecionar alguns dos múltiplos episódios da criminalidade comunista contra a Colômbia, substanciá-los com as provas existentes em diversas fontes e escrever a primeira de várias partes da Memória Histórica.

     É uma tarefa tão urgente quanto continuar com a busca de informação de combate e da execução de operações contra os cabeças das FARC.

 

Ministro Pinzón, General Navas, General Mantilla, General Pinilla, Almirante García:

    As guerras do Vietnã, Nicarágua e parcialmente a de El Salvador os comunistas não as ganharam no campo de batalha: ganharam-nas nas escrivaninhas de adormecidos e camaleônicos congressistas parecidos com Benedetti ou Roy Barreras, com ONG’s que se movimentam pelo mundo frente à indiferença de burocratas e ineptos diplomatas, nas salas de redação dos meios de comunicação inclinados a buscar galardões do grêmio sem se importar com a sorte do país, e na academia, no ensino, na publicação de materiais e textos de estudo.

    Ministro Pinzón: não há pior cego que aquele que não quer ver, nem maior estupidez que saber onde está o remédio para a enfermidade, mas mover a vista para o outro lado, em particular quando o alerta provém de quem se considera nocivo porque não faz parte do círculo de aduladores ou da mediocridade coletiva.

 

Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

Analista de assuntos estratégicos - 
www.luisvillamarin.com

 

 

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