Ministro Pinzón, sua função é representar e defender politicamente as tropas

Publicado: 2013-12-15   Clicks: 1708

     Tradução: Graça Salgueiro

     Carta aberta ao Ministro de Defesa Juan Carlos Pinzón: 

   O criminoso ataque terrorista das FARC contra a população civil e as instalações da Polícia Nacional em Inzá-Cauca, no qual morreram vários uniformizados, inclusive o comandante de um batalhão de combate terrestre, ocorreu no mesmo momento em que as FARC manipulam a seu bel prazer a vergonhosa mesa de conversações em Cuba, com a circunstância agravante de que o presidente Santos, presa de sua ilimitada vaidade politiqueira, zomba com a idéia de ir passear e receber diárias em dólares na África do Sul, dizendo que é para aclimatar a paz na Colômbia, acompanhado por uns personagens com aspecto de verdureiros que mal ostentam o imerecido título de ex-presidentes do país.

    De remate, para assombro do país e do mundo, conhecida a informação do massacre perpetrado pelas FARC em Inzá, Santos limitou-se a olhar um auditório com o costumeiro gesto de cinismo com que propôs a seus antecessores ir passear na África do Sul com a desculpa das exéquias de Mandela, e depois disso que esta monstruosidade das FARC foi um ato de terrorismo irracional.

    Estupidez funcional ou insensatez do senhor Santos? Ou por acaso há algum ato terrorista que seja racional?

    Isto é para dizer-lhe, ministro Pinzón, que o senhor como representante político das tropas e funcionário mediador na escala diretriz das Forças Militares e de Polícia frente ao presidente dos colombianos, está obrigado não só a fazer o persistente show midiático que seu chefe Santos lhe ordena ao aparentar que questiona as FARC em público, senão a fazer ver a Santos que as tropas não são nem para fazer palhaçadas, nem para utilizá-las como trampolim propagandístico em honra de sua imerecida re-eleição.

    E, sobretudo, para que deixe de fazer politicagem com a farsa da paz em Havana, à custa do sangue e do padecimento dos colombianos mais pobres como o caso específico de Inzá, assim como dos soldados e policiais.

    Que razão ou justificativa convincente pode-se transmitir às viúvas, órfãos e demais vítimas do covarde tumulto em Inzá? Ou será que a re-eleição de Santos e, em seu caso particular, continuar no cargo de Ministro da Defesa, intrigar para ser embaixador em Washington e viver como reis com escoltas, carros, escritórios, celulares, etc., são assuntos de maior valor e importância que o sangue destas pessoas que morreram em defesa de um democracia com minúscula, corroída pela corrupção, pela politicagem e pela inaptidão de muitos altos funcionários?

    Ministro Pinzón: quando o senhor chegou ao cargo, muitos oficiais e sub-oficiais da reserva ativa acreditaram que atuaria em defesa da instituição, principalmente por ser filho de um oficial do Exército. Entretanto, com o passar do tempo demonstrou o contrário: ao senhor só lhe interessa parecer bem ao seu sinuoso chefe político que, evidentemente, o tem convencido que chegará à presidência para o período 2018-2026.

    Nessa confusão, o senhor dedicou-se a posar como modelo de roupa desportiva ao lado das tropas, se auto-adjudicou a genialidade operacional e estratégica de alardeadas operações militares contra as FARC e abusou da disciplina dos comandos militares aos quais desrespeita a seu bel prazer.

    Simultaneamente, esqueceu-se da necessidade de melhorar o paupérrimo serviço de saúde militar e do vergonhoso estado do serviço do Hospital Militar. Rodeou-se de aduladores e cotas políticas do santismo e coadjuvou para que Santos fizesse as tropas de palhaços em fatos tão inauditos como disfarçar um filho de soldado lancero e de Forças Especiais, tirar a Escola Militar para fazer parte do show midiático da paz no passado 9 de abril, etc.

    Ministro Pinzón: os comunistas e seu braço armado, as FARC, estão em guerra contra a Colômbia, em conchavo com os mandatários pró-terroristas da ALBA, como está demonstrado com muita clareza nos computadores de Raúl Reyes, Jojoy, Iván Ríos e Tirofijo.

    O senhor é o responsável pela inteligência estratégica, que nas atuais condições dista muito de garantir a segurança nacional. O criminoso ataque em Inzá foi planejado e aprovado em Havana por parte de Pablo Catatumbo, Miguel Pascuas e outros bandidos que com seu aval foram tirados do país há alguns meses, quando para pírrico bem da democracia, o ex-presidente Uribe filtrou as coordenadas.

    Se o senhor não sabe ou não suspeita, o melhor que podia acontecer às FARC para refinar seu Plano Estratégico era ter uma sede fixa como Havana, onde contam com a absoluta cumplicidade da ditadura cubana para que o desfile de terroristas e contatos internacionais flua de maneira permanente desde Quito, Manágua, Brasília, Panamá, Caracas, La Paz, Buenos Aires e Europa.

    Nesse permanente peregrinar de terroristas das FARC desde e para Havana, o bloco sul-oriental planejou e coordenou o ataque a Inzá: o Bloco Sul e o Oriental estão assim intactos e avançam em seus negócios de narco-tráfico e tráfico de armas, o que explica o fluxo armamentístico dos bandidos, Timochenko se comunica amiúde com Márquez e a guerra continua.

    Está na hora de o senhor assumir sua posição de representante as tropas e não de moleque de recados de Santos. A farsa da paz com as FARC só aponta para fortalecer o grupo terrorista que há uma semana ratificou que recebe dinheiro da coca e finalmente não renunciou à tomada do poder. Entretanto, Santos banca o palhaço de forma sistemática com o desejo espúrio de ser Prêmio Nobel da Paz, tentativas baratas de meter o Papa Francisco em seu desejo maniqueísta, ofensas de lavadeira com Uribe e maquiavélicas declarações contra os que ele chama de inimigos da paz.

    Por sua parte, o senhor faz o jogo e amiúde aparece nos meios de comunicação a dizer o mesmo e reiterativo: que as FARC são más, que há recompensas por determinados bandidos, que os soldados são uns heróis e que não cederá em nada.

    Entre as tropas, a visão e a leitura são diferentes. Desconfiam da liderança de Santos e da sua. Há fundados temores acerca da eventual negociação das Forças Militares, pois é evidente que ao final é a única coisa que Santos tem para negociar com os bandidos. O resto são acordos de palavrório que igual a muitas coisas ficam escritas para guardar no baú das recordações.

    Intime a Santos para que faça uma parada no caminho de sua desaforada carreira propagandística e vaidosa que, além disso, já nos custou quase dois bilhões aos contribuintes, para ressaltar a imagem do presidente nos meios de comunicação comprados com a pauta publicitária.

    Como representante político das tropas, o senhor, ministro Pinzón, deve reunir todos os generais com o presidente para que se desarmem os espíritos, para que falem sem mordaças, para que cada um expresse seus pontos de vista sem temor de perder o posto e para que fique claro: 

    O Exército colombiano respeita a Constituição e as leis, acata a autoridade presidencial, não a pessoal de Santos como dizia de forma lacaia e aduladora o general Sergio Mantilla mas, do mesmo modo, o Exército Nacional deve-se a todos os colombianos sem distinção, portanto, o Exército não pode ser cúmplice de uma farsa de paz e uma ambição egocêntrica eleitoreira que faz muito dano à Colômbia, a seus soldados e a seus policiais, nem muito menos uma enorme força militar sujeita aos caprichos vaidosos do presidente de turno.

    Se assume esta atitude necessária, a Colômbia e a história lhe agradecerão. Se não o faz e se inclina pela politicagem, pelo compadrio e pelas conveniências facciosas de grupelhos auto-convencidos de direitos hereditários sobre o país, mas cedo que tarde a Colômbia e a história o julgarão por não haver tido nem a visão nem o caráter para atuar em conseqüência.

    O senhor tem a palavra.

 

Cordialmente,

 

Luis Alberto Villamarín Pulido –

Soldado e patriota colombiano

www.luisvillamarin.com

 

 

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