Tradução: Graça Salgueiro
Com nostalgia recebeu a família militar colombiana, a notícia da partida para a eternidade do general Hernán Hurtado Vallejo, um dos maiores soldados e comandantes de tropas que passaram pelo Exército Nacional.
Entre os múltiplos e sobressalentes êxitos profissionais de sua brilhante carreira a serviço do país, destaca-se a impecável condução da conotada Operação Anorí, contra as quadrilhas do ELN encabeçadas pelos irmãos Antonio e Manuel Vásquez Castaño em 1973, quando o Comando Operacional nº 10, sob seu comando, levou à beira da extinção o primeiro ELN.
A Operação Anorí contra o ELN, talvez a mais brilhante manobra tático-estratégica de contra-guerrilhas na Colômbia e no continente, foi conduzida com extraordinária habilidade e admirável liderança pelo então coronel de artilharia Hernán Hurtado Vallejo.
Os registros escritos e fotográficos, assim como os testemunhos dos oficiais, sub-oficiais e soldados que participaram dela, corroboram a maestria operacional do fogoso comandante, sua fineza no trato, suas aquilatadas virtudes militares, seu cavalheirismo frente ao inimigo derrotado e seu fervoroso amor pela Colômbia.
Graças à concepção articulada de dispositivos flexíveis, confiança na habilidade tática dos comandantes de patrulha e a clara direção do coronel Hurtado Vallejo, a Colômbia e seu Exército registraram nas páginas da história pátria, todos os elementos de uma operação militar que por seu conceito estrutural, é modelo universal de condução de tropas em ambientes de guerra de guerrilhas.
A Colômbia hipoteca um reconhecimento especial à memória de Hernán Hurtado Vallejo, um ser humano de grandes qualidades, caracterizado por um entusiasmo laboral contagioso, uma atitude mental positiva irradiante e uma clareza mental digna de emular.
Os que tivemos a honra de compartilhar de sua generosa amizade e seus sábios ensinamentos, conhecemos a grandeza de seu espírito jovial e sua mentalidade empreendedora.
Há 41 anos em Anorí-Antioquia este homem valoroso e decidido demonstrou no campo de combate que, para um ser humano criativo e decidido não há impossibilidades, que a paz é viável quando há integração do governo com as tropas e que o Exército Nacional foi, é e será sempre a garantia da soberania pátria.
Foi-se um grande líder do mundo dos mortais, porém antes de partir deixou impressa a marca indelével de seu talento militar e sua arquitetura superior, marcada sempre pela humildade, pela simplicidade e pelo apego irrestrito a seu Exército e seus soldados.
Adeus a um grande soldado e muitas páginas da história colombiana para um valente cidadão com uniforme militar, cujas capacidades e feitos são referências sólidas para as novas gerações castrenses.
Meu general Hurtado: parafraseamos Douglas Mc Arthur para lembrar que os grandes soldados não desaparecem, que a vitória não tem substituto e que a missão dos Exércitos é ganhar as guerras. E o senhor fez exatamente isso, ao comandar as vitoriosas tropas do Comando Operacional nº 10 em Anorí-Antioquia durante o segundo semestre de 1973.
Sua marca já é perene na terra. Que Deus guarde sua alma, meu general!
New York, 30 de agosto de 2014.
Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido
Analista de assuntos estratégicos