A Colômbia necessita de um governante, não um presidente Prêmio Nobel da Paz

Publicado: 2016-10-13   Clicks: 905

     Análisis del conflicto colombiano  

    Tradução: Graça Salgueiro

     A Colômbia necessita de um governante, não um presidente Prêmio Nobel da Paz, apontou o coronel Luis Alberto Villamarín Pulido em entrevista telefônica, desde Nova York, para a emissora La Poderosa 670 de Miami.

    Às perguntas dos jornalistas Roger Vivas e Ariane González da citada emissora, a respeito da incidência que possa ter o prêmio Nobel da Paz outorgado ao presidente Juan Manuel Santos no desenlace dos acordos de paz com as FARC, o coronel Villamarín afirmou:

     1. O referido prêmio não é para a Colômbia senão para a vaidade e o oportunismo politiqueiro de um presidente que dedicou o tempo e os recursos do Estado para se vangloriar e ganhar nome internacional para seus projetos pessoais, sem se importar com a sorte do país.

    2. Por desgraça, este galardão se desprestigiou e foi utilizado como um mecanismo para fazer politicagem desde as grandes potências até organizações não-governamentais politizadas.

    3. Provavelmente esta distinção imerecida pelo presidente Santos não contribuirá muito ao desenvolvimento dos diálogos vindouros para corrigir os erros garrafais consignados no publicitado documento de 297 páginas, nas quais as FARC impuseram sua vontade aos delegados de Juan Manuel Santos em Cuba.

     4. As FARC tentarão dilatar as conversações até o próximo governo e converterão Santos não só no refém do processo que já assinaram, senão no argumento de que por ser o presidente da paz, não poderá utilizar a força militar para atacá-los em suas guaridas, entretanto, os terroristas continuarão se armando e se preparando para uma nova confrontação.

    5. Enquanto Santos e sua equipe negociadora vivem ao dia porque concederam a iniciativa estratégia aos negociadores das FARC, os cabeças do grupo terrorista desenvolvem as diretrizes do Plano Estratégico sem ceder um só espaço.

     6. É evidente que Juan Manuel Santos moveu todos os recursos à sua disposição para conseguir que a Academia Sueca lhe concedesse o Prêmio Nobel de Paz, em honra de ocultar a realidade de seu desprestigio e da esmagadora derrota não esperada no plebiscito. Nesta distinção não houve justiça mas conveniências e evidentes conchavos.

    7. A todos os sócios internacionais das FARC convém que Santos seja declarado Prêmio Nobel da Paz, para ter mais margem de manobra na legitimação do terrorismo comunista contra a Colômbia. As FARC não querem a paz, senão que buscam como passagem imediata a legitimação política como força beligerante, para avançar para a tomada do poder.

    8. As desafortunadas declarações de Ingrid Betancur acerca de que as FARC também mereciam o Prêmio Nobel da Paz, correspondem à sua personalidade imatura e à forma costumeira de comportamento desta senhora, que parece haver ficado estancada no tempo com esperneios de adolescente malcriada.

    9. A exagerada alegria de Santos com o Prêmio Nobel, acompanhada por propagandistas de ofício e meios de comunicação de seu lado, faz grave dano à Colômbia, mas além disso não resolve o problema essencial que é a carência de governabilidade de Santos, e ademais tampouco compromete as FARC a desistir do terrorismo nem de seu plano estratégico para a tomada do poder. É necessário pôr as coisas em seu devido lugar para entender o perigoso terreno pelo qual a Colômbia transita, devido à vaidade e à miopia político-estratégica de Santos e de seus assessores ansiosos por uma “marmelada”.

 

* Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido

* O coronel Luis Alberto Villamarín Pulido é oficial da reserva ativa do Exército colombiano, autor de 31 livros e mais de 1.000 artigos de geopolítica, defesa nacional, estratégia e história. Analista convidado de CNN en Espanhol e conferencista internacional. 

 

 

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